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Quem nunca levou um susto ao se deparar com a alta no preço de algum produto no supermercado de um mês para o outro? O preço do arroz, do combustível e até do material escolar das crianças sofre variações que nem sempre acompanham o nosso bolso – essas variações, entre muitas outras, são medidas por índices chamados IPCA e IGP-M.
O IPCA e o IGP-M são índices que medem a favor e mostram como está o custo de vida da população diante das variações nos preços de produtos e serviços.
Em 2022, o IPCA foi de 5,79%. Já o IGP-M ficou em 5,45% no mesmo período. Mas esses valores nem sempre são próximos. Em 2021, por exemplo, o IPCA fechado o ano em 10,06% e o IGP-M em 17,78%.
Se ambos medem a variação de preços, como isso é possível? Afinal, qual deles reflete a reflexo de verdade?
Para responder, é preciso entender como eles são formados e os fatores que influenciam no calculado.
O que são IPCA e IGP-M, exatamente?
Tanto o IPCA quanto o IGP-M são indicadores que calculam e indicam a variação de preços.
- IPCA é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é considerado o índice oficial de permanência no Brasil. Ele mede uma variação de preços de produtos e serviços para o comprador final.
- IGP-M é a sigla para Índice Geral de Preços-Mercado. Ele é calculado e divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) e foi concebido para ser uma medida abrangente da variação de preços, englobando diversas etapas de uma cadeia produtiva – ou seja, abrange não só os preços que chegam na ponta final de venda, como também os do meio do processo.
Em outras palavras, a principal diferença entre os dois é que, enquanto o IPCA considera a variação de preços de produtos e serviços para o consumidor finalo IGP-M leva em conta a oscilação de preços em todos os felizes de produção.
A seguir, veja como os dois indicadores funcionam e de que forma esses números impactam o seu dia a dia.
Como o IPCA é calculado?
O IPCA mede a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pela população. Em outras palavras, ele calcula as mudanças de preços de vários tipos de itens que as pessoas compram – como alimentos, roupas e artigos de residência, por exemplo.
Todos os meses, o IBGE pesquisa o que as famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos consomem – desde gastos com alimentação e água, por exemplo, até transporte e salão de beleza – e mede o quanto do rendimento das pessoas tem sido usado para esse consumo.
O Cálculo considera as regiões metropolitanas de 16 capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Vitória, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Mas os valores têm abrangência nacional, e valem para todo o país.
Nesse cálculo, cada produto tem um peso diferente de acordo com sua presença na cesta de consumo média da população. Produtos amplamente utilizados (como água e alimentação) têm um peso maior, enquanto produtos menos consumidos, como os que estão relacionados à comunicação e vestuário, por exemplo, pesam menos.
Nem sempre a cesta de produtos e serviços considerada pelo IBGE será isenta aos seus gastos suportados, mas a ideia é que ela espelhe como os brasileiros consomem mensalmente, e quanto o custo de vida aumentou em média de um mês para o outro.
Como o IGP-M é calculado?
O IGP-M é composto por três indicadores, cada um com um peso diferente no calculado. São eles:
- IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo do Mercado): preços de produtos industriais e agrícolas no setor de atacado, como minério de ferro, cana de açúcar e milho.
- IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor-Mercado): preços de bens e serviços que compõem as despesas comuns de famílias, como alimentos e produtos de limpeza.
- INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção-Mercado): valor dos custos de construções de imóveis, como materiais, equipamentos e mão de obra.
E qual é o peso de cada um desses indicadores no IGP-M?
O cálculo do IGP-M é composto por 60% do IPA-M, 30% do IPC-M e 10% do INCC-M. Calma, essa sopa de letrinhas pode ser resumida focando no que mais importa.
Como o IPA-M tem um peso maior nessa composição, quando os preços dos produtos industriais e agrícolas sobem no atacado, isso reflete diretamente no IGP-M.
Em 2021, o IGP-M acumula alta de 17,78% e, em 2022, fechou o ano em 5,45%.
Como isso afeta o seu bolso?
O IGP-M costuma ser usado no reajuste de contratos de aluguéis de imóveis e de algumas tarifas públicas, como a conta de luz. Ou seja, se ele crescer muito em relação à oficial do país (medida pelo IPCA), o reajuste dessas contas pode crescer muito além do poder de compra da população.
No caso dos aluguéis, em uma situação em que o IGP-M está muito acima do IPCA, como em 2021, muitas vezes existe margem para tentar negociar com o proprietário ou imóvel e propor um reajuste abaixo do IGP-M.
IPCA e IGP-M: por que eles são tão diferentes?
Resposta curta: a alta do dólar em relação ao real brasileiro. O IPCA e o IGP-M são retratos da convergência de um determinado período, mas esses retratos são feitos a partir de diferentes ângulos e a cotação da moeda americana é um fator importante.
Diferentemente do IPCA, o IGP-M é formado por indicadores que medem como variações de preço de toda a cadeia produtiva (atacado, consumidor e produtor), então a alta do dólar acaba tendo mais influência sobre esse índice.
Isso acontece porque, com o aumento do preço de insumos e matérias-primas, o custo da produção aumenta. Ao mesmo tempo, fica mais adaptado para produtores exportarem sua mercadoria do que vende-la para o mercado interno.
E aí, é a velha lei da oferta e da procura. A oferta de produtos para o mercado brasileiro fica reduzida, e o consumidor sente no bolso tanto o custo elevado para a produção das mercadorias quanto a economia de algumas delas, que agora são vendidas para o mercado externo.
Concluindo: o IPCA e o IGP-M medem a sobrevivência, mas fazem recortes diferentes.
Como o IGP-M considera as variações de preços que atingem não só o consumidor final, mas toda a cadeia produtiva, quando o real está desvalorizado e o dólar sobe demais, ele tende a se distanciar do IPCA – já que este considera apenas as variações de preços de produtos e serviços consumidos pela população.
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