Por que Ednaldo Rodrigues avalia formar a dupla Dorival e Filipe Luís na Seleção

Antes mesmo de reassumir o cargo de presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues confidenciou a aliados que se voltasse tinha decidido que gostaria de ter uma dobradinha no comando da Seleção Brasileira: um treinador alinhado com o diretor de Seleções. A contratação, portanto, seria casada.

Nesta quinta-feira (4), por decisão liminar do Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Ednaldo foi recolado no cargo quase um mês depois de ser afastado por decisão do Tribunal de Justiça do Rio. E em poucas horas já se sabia qual é a dupla preferida do dirigente no combo diretor + treinador: o ex-lateral Filipe Luís e Dorival Jr.

Ednaldo Rodrigues sondou ambos para os cargos e mais: já ligou para Julio Casares, presidente do São Paulo, avisando que tem interesse no treinador do clube. Ouviu de volta que o Tricolor paulista não gostaria de perder seu profissional, mas no fim das contas a decisão é de Dorival.

O coordenador que falta

Mas é preciso, como mostramos, ser a combinação ideal, pelo menos na visão do novo/velho comando da CBF. E isso seria com o recém aposentado Filipe Luis como diretor de Seleções, apesar de ele ter zero experiência na função. De mais de uma pessoa Ednaldo ouviu que a relação de Dorival com Filipe é de pai para filho, ou até de avô para neto, como o ex-jogador disse em recente entrevista à Fla TV.

Foi Dorival, ainda no Figueirense em 2004, quem colocou o então meia Filipe Luís para jogar de lateral-esquerdo. Eles se reencontraram no Flamengo em 2022, conquistado a Copa do Brasil e a Libertadores.

Depois da Copa de 2022, no Catar, o então coordenador de Seleções, Juninho Paulista, deixou a função com a saída da comissão técnica de Tite. E ninguém foi contratado. Ficou Ednaldo Rodrigues tratando diretamente com a comissão técnica do ainda técnico Fernando Diniz, inclusive burocracias de viagens e campos de treinamento, função que cabe a um diretor. Esse, na avaliação do estafe do cartola, foi um dos grandes erros de gestão que desgastou Ednaldo no meio do futebol.

Antes de ser afastado, em 7 de dezembro, Ednaldo já havia decidido contratar um diretor. Mas era para trabalhar com Carlo Ancelotti, que não será mais o técnico da Seleção.

Como Ednaldo decidiu contratar um novo técnico, e não permanecer com Diniz, a avaliação é de que é preciso que haja entrosamento entre os profissionais.

E Diniz?

A situação toda não é simples, entretanto. Fernando Diniz ainda tem contrato com a CBF como técnico da Seleção Brasileira até junho. O acordo valeria até a chegada do italiano Carlo Ancelotti, preferido de Ednaldo e que renovou contrato com o Real Madrid, da Espanha.

A avaliação de Ednaldo e de quem o apoia é que o modelo de trabalho Diniz, apesar de todos os elogios dos jogadores, não funcionou porque não há tempo para o técnico implementar seu método com dez dias de treino por convocação e encontros quatro ou cinco vezes ao ano.

Com Diniz, a Seleção jogou seis vezes, ganhou duas, empatou uma e perdeu três, todos pelas Eliminatórias. O time virou o ano na sexta colocação, com sete pontos, o limite para se classificar diretamente para a Copa do Mundo de 2026, que será em três países: EUA, México e Canadá.

Há certo receio do estafe de Ednaldo de que o fato da questão judicial ainda não estar 100% definida dificulte a contratação de um treinador e de um diretor, seja Dorival e Filipe ou outra dupla qualquer.

O STF julgará em plenário se a decisão do TJ-RJ de afastar o presidente por problemas no sistema de eleição na CBF é válida ou não. Isso não tem data para ocorrer e as sessões só voltam em fevereiro.

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