Livro mostra Domitila na política e os pelos que d. Pedro mandou

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Nova versão da biografia da marquesa de Santos mostra influência na sociedade e detalhes de correspondência íntima com o imperador

Uma nova edição de Domitila – A história não contada Está disponível a partir de junho de 2023 com detalhes inéditos da vida da Marquesa de Santos e sua relação com o Imperador. Pedro 1º. Os 2 são amantes e têm duas filhas que se tornaram adultas.

A versão anterior do livro é de 2013. Em 10 anos, o autor, Paulo Rezzutti, teve acesso a documentos não analisados ​​por outras pessoas que investigaram a vida da marquesa Domitila de Castro Canto e Melo.

Rezzutti conseguiu mostrar que Domitila manteve influência política e econômica no país, principalmente na cidade de São Paulo, mesmo após a separação de d. Pedro 1º.

O escritor também teve acesso a um item inédito: cabelos que o imperador enviou em carta à marquesa. Estão guardados na Biblioteca Nacional, no Rio, dentro de um envelope plástico, junto com as cartas. Um envolvimento adicional é um pedaço de papel de seda aparentemente usado por missivistas.

Todas as pessoas podem ter acesso a este item e aos cartões. Uma consulta deve ser agendado. O código do item é CF 49,07, 001 nº 56.

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Paulo Rezzutti

Cabelos que d. Pedro 1º enviou uma carta à marquesa de Santos, sua amante, guardada como correspondência na Biblioteca Nacional, no Rio. O pesquisador Paulo Rezzutti comprova que são pêlos púbicos do imperador brasileiro

Na carta que enviei a Domitila, o Imperador disse: “Já que não posso arrancar meu coração para te enviar, receba esses dois fios de cabelo do meu bigode, que arranco agora mesmo para te enviar”. O envelope guardado na Biblioteca Nacional, como se vê na imagem acima, tem muito mais de 2 anos de cabelo. Há um chumaço de cabelos.

Rezzutti duvida da característica descrita na carta: “Meninos de cabelos escuros, grossos e cacheados que, se não tiverem o seio do imperador, são de uma parte bastante íntima do corpo”. Em entrevista com power360, o autor diz que, pela aparência, há pelos pubianos de d. Pedro 1º.

O escritor afirmou que a existência dos pelos pubianos do imperador foi contada oralmente por muito tempo no Rio. Mais funcionários da Biblioteca Nacional impugnavam dificuldades para o acesso ao material, mas teoricamente foi liberado para acesso público.

A localização da coleção não é fácil. Os itens fazem parte de uma coleção de cartas reunidas por um colecionador europeu, com muitos outros itens, incluindo manuscritos da princesa Elizabeth, líquido de d. Pedro 1º. A partir do código CF 49.07, 001 nº 56 é possível localizar o item e solicitar acesso à Biblioteca Nacional.

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Jaime Accioly

Domitila de Castro Canto e Melo, a marquesa de Santos, possivelmente na época em que era amante do imperador d. Pedro 1º e Morava no Rio, em óleo sobre tela sem data e sem assinatura do acervo do Museu Histórico Nacional

VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Domitila era de uma família aristocrática que morava perto da Praça da Sé, em São Paulo. Casou-se aos 15 anos, em 1813, com o militar mineiro Felício Pinto Coelho de Mendonça (1790-1833). Mudou-se para Vila Rica (atual Ouro Preto). Eu tenho 3 filhos. Vítima de violência do marido, ela obteve autorização do pai para voltar a morar na casa da família 3 anos após o casamento.

Uma irmã de Domitila integrou a tutora pessoal de Pedro, então príncipe regente, em 1822. Contou-lhe do infeliz casamento da irmã. Nós dois estávamos, em agosto, em viagem a São Paulo. O objetivo era resolver uma disputa política na província que poderia resultar em rebelião.

Pedro queria conhecer Domitila. Mais tarde, como imperador, registrou em uma de suas cartas que “amizade”, como escrevi, com Domitila começou em 29 de agosto. Após essas datas, em 1822, já então príncipe regente, foi a Santos inspecionar instalações militares.

Não voltei, no dia 7 de setembro, às margens do Ipiranga, em São Paulo, recebi mensagens com cartas da senhora Leopoldina e do ministro José Bonifácio de Andrada e Silva. Fui informado de que seu poder seria reduzido pelo Tribunal Português (uma espécie de conselho do país). Logo em seguida, Pedro deu o Grito da Independência, marco da separação do Brasil e Portugal.

Como imperador, Pedro instalou Domitila no Rio em 1823. Ela e outras amantes do monarca foram toleradas pela imperatriz Leopoldina. Em 1825, d. Pedro 1º tornou-se Domitila Viscondessa de Santos, mas ela não tem vínculo com a cidade. A escolha do título foi uma provocação a Andrada, um santo, que havia rompido com o imperador e enfrentava a oposição.

Em 1826, Domitila tornou-se marquesa. Leopoldina Morreu no mesmo ano. D. Pedro 1º foi procurar uma nova mulher para casar com a nobreza europeia. Mas a relação com Domitila era conhecida fora do Brasil, o que dificultou a tarefa.

Somente em 1829 o imperador conseguiu se casar com Amélia de Leuchtenberg, filha de um duque que morava em Munique, na Alemanha. Com a condição era o imperator mandar Domitila de volta para São Paulo. Ela exigia que o imperador colocasse formalmente em seu nome uma residência que ele mesmo já havia apresentado à marquesa.

Domitila também vendia terras, casas, chácaras, sobrados e outras construções ao imperador em São Cristóvão, ou distrito imperial do Rio, por 240 contos de réis – tudo com firma reconhecida em cartório. Além das propriedades, d. Pedro 1º pagou à ex-amante 2 décimos de reis por camarote que tinha apresentado num teatro. Domitila recebe mais 50 escravos – um grupo que se mudou para um sítio em São Paulo para trabalhar em obras públicas.

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Paulo Rezzutti

Quarto íntimo da casa onde morava a Marquesa de Santos no bairro de São Cristovão, no Rio, na época em que era amante de D.Pedro 1º; a porta do meio é a alcova, onde dormia a marquesa

PODER POLÍTICO

Rezzutti mostra que Domitila manteve grande influência política durante o período em que esteve no Rio. Tornou-se bispa de São Paulo. Apesar de ser um cargo eclesiástico, a Igreja Católica concordou com o nome que o imperador indicou. A decisão teve ainda mais peso porque a Imperatriz tinha outra indicação para o cargo e foi derrotada.

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Divulgação/Paula Thomé Witte

O escritor Paulo Rezzutti, autor de “Domitila – A história não contada”, durante pesquisa no Arquivo Nacional, no Rio

Mesmo depois de se separar de d. Pedro 1º, Domitila manteve-se politicamente forte. Foi morar em São Paulo com Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857). Ele era o presidente da Província de São Paulo (ou hoje equivalente ao cargo de governador). Aguiar estava vivo. Casou-se formalmente com Domitila, depois que seu 1º marido, ou militar mineiro, já havia falecido.

Uma curiosidade sobre o 2º marido da Marquesa de Santos. Ele era militar e foi homenageado pelo 1º Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar de São Paulo. Empreste seu nome para Quebrado (Rodada Ostensiva Tobias de Aguiar).

Domitila ficou com uma das filhas com d. Pedro 1º casou-se em 1848 como Conde do Iguaçu, sobrevivente que ocupou cargos na corte do Imperador d. Pedro 2º. Um detalhe que revela o pragmatismo de Domitila é que seu gênero tem sido o principal responsável pela demanda de separação dela. Pedro 1º para que o imperador se casasse com Amélia de Leuchtenberg.

A Condessa de Iguaçu, filha de Domitila, também era frequentemente encontrada com d. Pedro 2º. Domitila tem casa no Rio e já passou várias temporadas na cidade, mas sem acesso ao palácio imperial.

Mais tarde, a Condessa do Iguaçu separou-se do marido e foi morar em São Paulo. Ela também tentou anular o casamento, como me disse, mas não teve sucesso.

Domitila trocou cartas com uma filha e com o gênero, ou Conde do Iguaçu. Alguns estão em processo de anulação do casamento da Condessa do Iguaçu na Cúria de Salvador, principal diocese brasileira e instância recursal. Esse processo, investigado por Rezzutti, tem documentos inéditos. O arquivo da Cúria é atualmente datado ao público.

Outra filha de Domitila e de d. Pedro 1º, a Duquesa de Goiás, foi separada do Imperador por 5 anos. Ficou só o nome dele no registro de nascimento da filha, em que a mãe consistia em desconhecido.

A menina foi criada em Munique pela família da imperatriz Amélia. Casou se com um nobre. O Conde de Iguaçu lhe revelou por carta que era sua mãe. Não há comunicação entre os dois após disso. Domitila e D. Pedro 1º teve outros 2 filhos que faleceram quando eram crianças.

PATRIMÔNIO DE R$ 228 MILHÕES

Domitila Morreu em 1867, 69 anos. Seu patrimônio era de 1.380 contos de réis. A Província de São Paulo tem um orçamento anual de mil contos de réis.

Rezzutti pesquisou o preço da feijoada nos restaurantes paulistanos da época. Considerando que o valor de uma refeição gira hoje em torno de R$ 40 na cidade, o patrimônio de Domitila seria de R$ 228 milhões atualmente.

A caixa é feita para equivaler ao valor do ouro em 1867 e hoje, o patrimônio seria ainda maior: R$ 567 milhões.

Os valores indicam que Domitila era uma das pessoas mais ricas de São Paulo. “Ela aparece nos registros da cidade como uma capitalista, de quem você poderia pedir dinheiro emprestado”diz Rezzutti.

Ele também mudou a vida social paulistana quando voltou a morar na cidade, em 1829. Segundo Rezzutti, “ela trouxe o traje dos saraus do Rio”.

As festividades que promoveu foram maiores que a cidade em duas datas: 11 de agosto, aniversário do decreto que autoriza o início de dois cursos jurídicos no Brasil, e 7 de setembro. Ela recebia alunos de famílias cariocas da Academia Paulista de Direito, como o escritor Álvares de Azevedo (1831-1852). A Academia de Direito é folheada Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo).

Durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), Domitila hospedou tropas em sua fazenda onde morava na Vila Anastácio, subúrbio da zona oeste de São Paulo. Fez também doa dinheiro para oficiais e soldados.

ORIGEM DA PESQUISA

Rezzutti começou a investigar a vida de Domitila enquanto fazia o TCC (trabalho de conclusão de curso) do curso de arquitetura da faculdade belas-Artes, em São Paulo. O tema foi a restauração de Solar da Marquesaonde ela morou, atualmente um museu.

Ele continuou pesquisando sobre o assunto e publicou em 2011 o livro Titília e Demonãoem alusão aos sobrenomes que D. Pedro 1º e Domitila deram um ao outro, com cartas que trocaram.

Em 2013 lançou a 1ª versão da biografia da marquesa. Por direitos autorais, Rezzutti deixou de trabalhar como arquiteto e passou a se dedicar exclusivamente à pesquisa para a nova versão do livro.

“Eu importante ou público amplo acesso a este conjunto de informações com muitos pontos importantes, como por exemplo a posição da mulher na sociedade brasileira do século XIX”afirma.

Rezzutti cita o fato de Domitila só ter conseguido a anulação do 1º casamento devido ao seu relacionamento com o imperador. Mas uma filha, a Condessa de Iguaçu, não teve seu casamento anulado, pois não tinha a mesma influência na Igreja Católica.


Domitila – A história não contadade Paulo Rezzutti (Editora Leya, 447 páginas, R$ 75)



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