Ministro não descarta a possibilidade de prisão do ex-presidente, mas destaca que decisão cabe às investigações em curso
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta 2ª feira (21.ago.2023) que as investigações referentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na PF (Polícia Federal) são “técnicas, sérias e isentas”. O ministro declarou que a apuração “está sendo bem conduzida, no sentido de não haver nenhum tipo de interferência externa, perseguições ou proteções”, em entrevista a jornalistas em Belo Horizonte, onde esteve para participar de cerimônia de inauguração do hangar da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no Aeroporto da Pampulha.
Ao ser questionado se acreditava que o ex-presidente poderia ser preso, Dino respondeu que não caberia a ele fazer a avaliação antes da conclusão das investigações. Na fala, o ministro citou 3 casos ligados a Bolsonaro: a venda de joias recebidas de delegações estrangeiras, as relativas ao 8 de Janeiro e a fraude nos cartões de vacinação.
O ministro também afirmou que a apreensão do passaporte do ex-presidente é legalmente possível como medida cautelar e está prevista no artigo 320 do Código de Processo Penal. Porém, Dino destacou que a PF não solicitou a medida até o momento.
Ele também rebateu integrantes da CPI do 8 de Janeiro que o acusam de estar escondendo gravações dos atos. Dino diz que o país está “diante de uma situação em que terroristas, agressores, criminosos tentam desviar a atenção” e que a alegação era “uma das invenções” do grupo.
O ministro finalizou dizendo que as imagens que chegaram pelo Senado, pelo Congresso e pelo Palácio do Planalto estão no inquérito da PF. “Se houver outras imagens, serão entregues do mesmo jeito. Nós não temos problemas de transparência. Somos vítimas de uma tentativa de golpe de Estado e não há nada que consiga alterar essa realidade”, disse.
