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Certificação exigida pela Europa entrará em vigor em dezembro de 2023 e pode atrapalhar exportações brasileiras
O Brasil poderá recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) contra o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento aprovado pelo Parlamento Europeu e com aplicação prevista a partir de dezembro de 2024.
Os impactos da nova lei europeia sobre os produtos brasileiros foram debatidos na 3ª feira (11 de julho de 2023) em audiência conjunta das Comissões de Agricultura e Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados.
A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres, afirmou que por ser unilateral, terá efeito extraterritorial e terá impacto de 34% sobre dois produtos que o Brasil exporta para a União Europeia em 2022.
“Essa é uma conversa que temos com o Itamaraty: a possibilidade de o Brasil questionar a legalidade dessas medidas nos foros apropriados, questionando as novas demandas europeias à luz das regras do comércio internacional.”
Classificação “arbitrária”
O diretor do Departamento de Política Comercial do Itamaraty, embaixador Fernando Pimentel, também chamou de “arbitrário” A classificação dos países por risco de desmatamento prevista na legislação europeia.
Segundo ele, pode haver um “espiral de retaliação” pelo mundo, fragilizando o comércio internacional, além da imposição de custos aos exportadores que não existem para os produtores locais.
“Infelizmente, o OMC leva muito tempo: você tem que sofrer ou danificar para reivindicar. As pessoas querem resolver esse problema de forma proativa. Mais para as pessoas temem duvid, sim. Vários países em desenvolvimento estão ouvindo esta lei com atenção”disse Pimentel.
Os representantes do governo também farão comentários negativos sobre as negociações do acordo comercial entre mercosul e União Europeia.
A polêmica regulamentação atinge madeira, soja, carne bovina, cacau, café, dendê, embriaguez e derivados. Para entrar na Europa a partir do final do ano que vem, essas mercadorias deve passar por verificações (due diligence) que afastem ou risco deles tenham sido produzidos em áreas de desmatamento legal ou ilegal.
Entre as penalidades previstas estão suspensão de importação, apreensão ou destruição de produtos e multa de até 4% do faturamento anual da operadora. A lei europeia considera floresta toda área com 10% de cobertura de árvores de até 5 metros de altura.
Impactos em todos os biomas
O diretor do Departamento de Políticas de Desmatamento e Controle de Queimadas do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Raoni Rajão, destacou que o texto abrange áreas de todos os biomas brasileiros, e não apenas da Amazônia e da Mata Atlântica.
Raoni também reclamou que os europeus, altamente dependentes de combustíveis fósseis, desconsideraram os esforços do Brasil para alcançar o desmatamento ilegal zero até 2030.
“Entendemos que está sendo incorreto ou o processo imposto ao Brasil. Como diz a ministra Marina Silva, é como eu sei ou o Brasil é falso que não compra nada de nenhum país que queime carvão”eu declarei.
Segundo ele, a maioria absoluta dos dois produtores brasileiros cumpre todos os requisitos do regulamento europeu, mas o problema é verificar. “A inação pode trazer prejuízos principalmente para pequenos e médios produtores sem acesso a certificações privadas de qualidade”Eu expliquei.
O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez, garantiu que o foco não é combater a degradação florestal e que o Brasil pode transformá-la em “vantagem competitiva”. Ybáñes também disse que os europeus não temem um possível recurso à OMC.
“Não é uma legislação comercial. É uma legislação puramente ambiental. Se algum país levantar esta questão para a Organização Mundial do Comércio, estamos muito confiantes neste ponto de vista. Já é uma legislação na Europa, portanto, não há elemento para checar aqui e dizer: vamos negociar”eu afirmei.
Ybáñes, no entanto, está otimista. “Existe um caminho de diálogo em vista dessa grande transformação, que foi rejeitada pelo presidente Lula ao firmar o compromisso do governo contra o afastamento e com um claro compromisso a favor do combate às mudanças climáticas”eu afirmei.
regras de transição
Ignacio Ybáñes informou que Indonésia e Malásia formarão um grupo de trabalho com a União Européia para buscar uma transição para os novos retornos. Segundo ele, existe um entendimento com a ministra Marina Silva no mesmo sentido.
Acrescenta que o PPCDAM (Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal) e os sistemas de rastreabilidade de produtos que começam a ser implantados em alguns Estados podem ser triunfantes para o Brasil.
Quanto ao acordo comercial Mercosul-UE, o embaixador será “oportunidades para diversos setores agrícolas e industriais do Brasil no mercado internacional”.
A secretária de Inovação do Ministério da Agricultura, Renata Miranda, disse que a lei antidestrutiva da União Européia envolve organizações multilaterais. Ela também criticou os subsídios europeus para produtos agrícolas locais.
O presidente da Comissão de Indústria e Comércio, deputado heitor scuch (PSB-RS), criticou a legislação europeia. “Queríamos que a União Europeia entendesse a complexidade de nossa legislação ambiental. Fico imaginando como deve ser fácil fazer uma lei para a gente cumprir aqui. E não estou muito satisfeito com isso”, afirmou.
A plateia também contou com representantes da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e CNA (Confederação Nacional da Agricultura), que vão ressaltar os riscos de prejuízo para o Brasil diante da nova lei europeia.
O gerente de Recursos Naturais da CNI, Mário Cardoso, também se manifestou preocupado com outro ponto da lei europeia: dois anos após sua entrada em vigor, a Comissão Europeia avaliará a inclusão de outras mercadorias e produtos derivados, outros ecossistemas e instituições financeiras não regulamentação.
Com informações da agência de câmeras.
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