Shein diz que vai aderir ao imposto federal com qualquer taxa

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Marcelo Claure, presidente da companhia para a América Latina, afirma que preço das roupas deve aumentar com a alíquota

A gigante chinesa de moda Shein afirmou que vai aderir a um eventual imposto federal para importações abaixo de US$ 50 (R$ 244, na cotação atual) independentemente da taxa. “Obviamente vamos seguir as regras do governo”, disse Marcelo Claure, presidente da companhia para a América Latina, na 5ª feira (24.ago.2023) em entrevista ao Poder360.

Entretanto, o executivo afirmou que o aumento da carga tributária deve elevar o preço dos produtos que a companhia vende. O encarecimento, nas palavras dele, “vai depender do quanto de imposto o governo decidir cobrar”.

Assista à entrevista com Marcelo Claure (21min52s): 

Perguntado como as vendas da Shein poderiam ser afetadas com o aumento da carga tributária, Claure respondeu que “o imposto não é só para a Shein, mas para todas as outras plataformas de e-commerce”

O empresário diz que a competitividade continuará a mesma quando todas as varejistas internacionais estiverem sob o imposto. 

E-commerces estrangeiros que aderiram ao programa de governo Remessa Conforme pagam 17% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços). Não contribuem com a arrecadação federal.

Até agosto, varejistas on-line de outros países tinham que pagar 60% de II (Imposto por Importação). Mas era comum que companhias estrangeiras, especialmente as chinesas, cometessem fraudes e enviassem os produtos como pessoa física. Assim, ficavam isentas de qualquer taxação.

O governo cogitou acabar com a isenção, mas desistiu depois de pressão nas redes sociais e da primeira-dama, Janja. A medida impactará as contas públicas em R$ 35 bilhões até 2027, segundo a Receita Federal.

Marcelo Claure disse que a Shein mantém relações constantes com o governo federal. Afirmou ter contatos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para falar sobre os planos de expansão da empresa. Também com o ministro Fernando Haddad (Fazenda). 

“Apresentamos nosso plano de crescimento tanto para o presidente Lula, quanto para o ministro Haddad e para outros representantes do governo brasileiro”, afirmou.

NACIONALIZAÇÃO

A Shein se comprometeu a ter 85% da sua produção de roupas no Brasil até 2026. Em agosto, anunciou que iria investir em uma parceria com a Coteminas (Companhia de Tecidos Norte de Minas), do presidente da Fiesp, Josué Gomes, e a Santanense para estabelecer no Brasil uma rede de fabricantes do setor têxtil.

Ao Poder360, Claure disse que o objetivo é abrir 2.000 fábricas no Brasil. Além de produzir para consumo interno, também pensam em exportar produtos para fora do país. 

A carga tributária no Brasil é maior do que no exterior. As brasileiras precisam lidar com uma série de impostos (IPI, PIS, Cofins, ICMS). Nacionalizar as produções deve aumentar o preço para o consumidor. 

Claure declarou que o sucesso da Shein não é resultado do preço das peças de moda, mas sim da eficiência da companhia. 

A Shein prometeu criar cerca de 100 mil empregos, incluindo diretos e indiretos, com a nacionalização. Segundo o presidente para a América Latina, as vagas seriam resultados de trabalhos criados para fabricação, logística e transporte das peças de roupa. 

A CNI (Confederação Nacional da Indústria), entretanto, estima que 500 mil brasileiros podem ficar desempregados com o advento das varejistas internacionais e a isenção dos impostos. 

Questionado se a criação de empregos pela Shein e os outros e-commerces internacionais conseguiriam compensar as perdas, Claure respondeu que “talvez vá haver desempregos em certas lojas. O lado positivo, é que os pequenos comerciantes vão ser contratados para novas demandas do marketplace”. Não deu mais detalhes de como os empregos serão criados. 

Claure afirmou que os executivos chineses da Shein enxergam o Brasil com grandes olhos. Disse que foi o 1º país que a empresa considerou investir em indústrias depois da China. 

“É um mercado de inovação para nós. A Shein, antes do Brasil, fabricava 100% de todos os seus produtos fora da China. O Brasil é o 1º mercado fora da China onde a Shein foi fabricar.”

CONCORRÊNCIA, LOJAS E MARKETING

Nomes do varejo brasileiro de moda dizem que a concorrência com varejistas estrangeiras, especialmente as chinesas, é desleal. Elas pagam menos impostos. Claure defendeu sua empresa. Disse que as críticas decorrem do crescimento desenfreado da Shein. 

O executivo diz que a Shein ainda é muito diferente de empresas como C&A e Riachuelo, por exemplo: “A grande taxa competitiva da Shein é seu modelo ágil, modelo diferenciado. Não tem estoque. Não tem inventário […] Nós somente fabricamos o que os consumidores querem”

A marca já teve lojas físicas no Brasil, porém temporárias. Foram duas em 2022, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Outras duas no ano seguinte, em Belo Horizonte e no Salvador. Os estabelecimentos ficam lotados quando abrem. 

Claure conta que o impacto das lojas físicas nas vendas é irrisório. Trata-se de uma estratégia de marketing para que os consumidores conheçam os produtos. “Para nós, são pop-up stores. A Shein nunca vai ter uma loja permanente. Uma loja permanente significa que você tem que ter inventário, que tem que ter pessoal e que o produto vai sair um pouco mais caro.”

Perguntado quando e onde as próximas lojas temporárias seriam instaladas, Claure respondeu que a empresa trabalha com “surpresas”

PERFIL

Marcelo Claure, tem 52 anos, é fundador da Claure Group, uma empresa de investimento global. Ele já foi diretor-executivo do SoftBank Group International e diretor de operações do SoftBank Group Corporation. Na Shein, atua desde janeiro de 2023. 



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