O feminismo é um movimento que luta pela igualdade, pelos direitos e pela melhoria das condições de vida das mulheres. Graças a ela, muitos cenários mudaram, permitindo a participação gradual das mulheres nas mais diversas esferas da sociedade. Apesar das dificuldades enfrentadas pelo público feminino no mercado de trabalho, o papel das mulheres no RH está se tornando cada vez mais expressivo.
Assumir a responsabilidade de realizar vários processos que visam promover um ambiente saudável para as pessoas que nele trabalham requer sensibilidade, empatia e uma visão humanizada do cenário. Mas o sucesso das mulheres no RH não se baseia apenas nisso.
Pensando sobre a importância de celebrar o Dia Internacional da Mulher na empresa, falaremos neste conteúdo sobre como estes profissionais têm trazido valor e talento para a área de RH.
Mulheres no RH: crescimento do setor
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O mercado de trabalho tem sofrido mudanças e as organizações estão cada vez mais atentas a essas transformações. Áreas que antes eram ocupadas em sua maioria por homens em posições de liderança estão gradualmente dando mais espaço às mulheres em posições de liderança.
A plataforma digital Mercadômetro realizou uma pesquisa para descobrir a influência da força de trabalho feminina no mercado de trabalho, trabalhando com gestão de pessoas. O resultado indicou que as mulheres estão em maioria na área de recursos humanos, representando 75,2%.
Os números indicam que para cada 4 profissionais qualificados, 3 são mulheres em RH. Os dados também refletem a predominância de mulheres em cargos de gerência.
A pesquisa do Mercadômetro também mostrou o quadro de profissionais que trabalham como psicólogos ocupacionais. Para cada 10 deles, 9 são especialistas do sexo feminino. Os números da pesquisa demonstram a forte presença das mulheres no mercado e como elas podem alcançar posições mais elevadas.
Como as mulheres lidam com a gestão de pessoas?
A gestão de pessoas é um desafio e há muito trabalho para as mulheres em RH a fim de atender às expectativas da organização, alinhando o planejamento estratégico com o cuidado do capital humano.
No entanto, a realidade de algumas empresas brasileiras é totalmente adversa e não favorece uma maior presença das mulheres no RH em uma estrutura adequada.
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A dificuldade de estruturar um RH humanizado
Os dados do IBGE revelam números de um estudo que tem sido conduzido desde 2012, chamado de Pesquisa Nacional Contínua por Amostra de Domicílios (Pnad Continua).
No ano de sua publicação, 2020, os resultados mostraram que a renda dos brasileiros foi a mais baixa dos últimos 8 anos. Com a pandemia da COVID-19, os números pioraram. Em um contexto de incertezas e ajustes nas organizações, muitos empregadores priorizaram o cumprimento básico das obrigações para com seus empregados.
Em pequenas empresas, em muitos casos, a crise econômica levou a uma redução de funcionários, incluindo os de RH. Com isso, o caminho para um RH humanizado torna-se difícil.
As organizações estão preocupadas com a automação do setor de RH, mas se concentram nos processos de DP. A humanização da área, em muitas organizações, ainda é um processo a ser realizado.
Participação ativa em RH
Apesar dos desafios, as funcionárias estão ativamente envolvidas em todos os desenvolvimentos de RH no Brasil. O Dia da Mulher nas empresas merece uma comemoração que destaque a participação do público feminino, que apesar de lidar com o duplo horário de trabalho e todas as dificuldades de ser mulher no Brasil, contribui muito para o crescimento das organizações.
Atualmente, os setores de gestão de pessoas, por exemplo, tentam agir com foco não apenas nos interesses da empresa e nas necessidades de rotatividade, mas também cuidando daqueles que fazem parte das equipes. Neste caminho, as mulheres desempenham um papel relevante e decisivo.
Nós separamos algumas características chave que fizeram a diferença no RH feminino em empresas que se preocupam com os funcionários.
Empatia
A palavra empatia tem origem na expressão grega ematheia, que significa paixão. O termo implica um diálogo afetivo com outros indivíduos e a empatia é considerada um dos pilares que identificam e estimulam a compreensão em relação aos outros.
A capacidade de se colocar no lugar do outro, embora aparentemente simples, continua sendo uma dificuldade para muitos. No ambiente organizacional, não é diferente. A falta de empatia gera conflitos estressantes que poderiam ser evitados se ela estivesse presente.
No mundo da gestão de pessoas, empatia é o primeiro passo para entender as dores dos funcionários da organização e os impactos que eles causam. A partir daí, é possível traçar planos de ação para eliminar ou reduzir as deficiências, promovendo um ambiente saudável.
No setor de RH, é essencial que o profissional tenha flexibilidade e sensibilidade no trato com as pessoas. E a pesquisa científica mostra que as mulheres têm um tempo mais fácil a esse respeito.
Um estudo conduzido pela Universidade de Cambridge com mais de meio milhão de pessoas mostrou que, em geral, as mulheres são mais empáticas do que os homens.
Determinação
Demonstrar seu talento e seu valor no ambiente de negócios é parte da jornada para as mulheres no RH. Infelizmente, o machismo enraizado na sociedade brasileira se manifesta em muitas áreas diferentes, incluindo os negócios.
Segundo a Central das Mulheres, um banco de dados resultante de uma parceria entre a Inesplorato e o Instituto Avon, os homens no país ganham, em média, 27,1% mais que as mulheres, e apenas 14% das mulheres são CEOs.
Além disso, práticas como a “Manterrupção” também são comuns no local de trabalho. Este comportamento refere-se a quando um homem frequentemente interrompe uma mulher desnecessariamente, não a deixando terminar seu raciocínio em uma reunião de negócios, por exemplo.
Nenhuma mulher deveria ter que viver com a sensação de que seu discurso não agrega valor. Entretanto, com uma atitude determinada, as mulheres continuam a provar seu valor e a fazer frente às várias opressões e silêncios que elas sofrem nas empresas.
Apesar de todas as dificuldades, estas mulheres no RH são responsáveis por estabelecer mudanças relevantes no campo. Mesmo com todas as pedras que aparecem no caminho, eles permanecem firmes em sua determinação de trazer melhorias e lutar por um ambiente de trabalho mais digno.
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Adaptabilidade
As mudanças acontecem o tempo todo e não há muito tempo a perder em um mercado de trabalho em constante movimento. Nos últimos dois anos, a adaptabilidade tem sido uma das habilidades mais procuradas pelas mulheres em RH. Com a pandemia, muitos ajustes foram necessários para se adaptar ao “novo normal” e às exigências exigidas.
Adaptação às diretrizes de saúde e segurança, tarefas automatizadas, mudanças nos processos de recrutamento e seleção, estruturação das regras do home office, trabalho e monitoramento dos níveis de engajamento dos funcionários foram algumas das mudanças necessárias onde as mulheres no RH assumiram a liderança.
Flexibilidade
As mulheres no RH têm autoridade quando se trata de negociar. Eles analisam todos os cenários possíveis antes de tomar uma decisão. Seu diferencial está em ouvir atentamente cada pessoa envolvida no processo. O foco nos resultados ajuda a orientar todos os passos a serem dados.
Na menor hipótese, por que não rever os prazos e outros critérios para que todos se beneficiem? Desde que a decisão não afete os resultados da empresa e não viole as políticas internas, qualquer ação que leve todos em consideração é bem-vinda.
Qual é a contribuição do feminismo no mercado de trabalho?
De natureza social, filosófica e política, o feminismo surgiu no século XIX com o objetivo de lutar pela igualdade de gênero e aumentar a participação das mulheres na sociedade. Desde sua fundação, o movimento tem sido marcado por conquistas históricas, como a conquista do direito de voto, divórcio e inclusão no mercado de trabalho, entre outras.
A sociedade de hoje foi construída sob o domínio masculino, onde as mulheres não tinham acesso à igualdade de oportunidades e direitos. Por muitos séculos, apenas o espaço da casa foi reservado para as mulheres: cuidados infantis e tarefas domésticas.
O feminismo tem beneficiado a sociedade como um todo com suas conquistas. Enquanto anteriormente a força de trabalho era apenas masculina, o movimento abriu as portas para a inclusão da mulher no mercado de trabalho formal, diversificando o perfil do capital humano, o que eventualmente tornou possível a equidade de gênero nos negócios.
Esta é apenas uma das conquistas que fazem do Dia da Mulher uma data com muitos motivos para comemorar.
Principais realizações
Uma das primeiras vitórias do feminismo veio no final do século XIX: o direito ao voto. Esta conquista representa o marco que determinou a primeira onda do movimento. A Nova Zelândia foi o primeiro país a dar o voto às mulheres, em 1893.
No Brasil, esta conquista ocorreu em 1932, quando o Código Eleitoral foi instituído. Ser capaz de votar foi uma grande conquista em termos de cidadania para as mulheres.
A segunda onda de feminismo ocorreu entre os anos 50 e 90. Protestos no concurso Miss EUA em 1968 e 1969 marcaram esta fase. Os manifestantes alegaram que o concurso objetivava as mulheres.
A terceira onda se desenvolveu contra o pano de fundo do movimento punk das mulheres rebeldes. Ativistas, através de fanzines, abordaram questões como estupro, sexualidade, empoderamento feminino e patriarcado.
É importante notar que a divisão da onda está especialmente ligada às lutas das feministas brancas. Entretanto, as mulheres negras também têm se organizado há séculos para reivindicar seus direitos e condições dignas de existência.
A escritora Djamila Ribeiro destaca, por exemplo, o discurso de Sojourner Truth, uma mulher negra abolicionista, em uma convenção de direitos da mulher em Ohio, EUA. No discurso, que ocorreu em 1851, a Verdade questiona a exclusão das mulheres negras nas lutas das mulheres da época.
Do ponto de vista do mercado de trabalho no Brasil, até 1962, as mulheres casadas só podiam trabalhar fora se tivessem a permissão de seu marido. Além disso, de acordo com o Código Civil de 1916, as mulheres eram consideradas incapazes.
Os movimentos feministas lutaram, entre muitas outras opressões, contra os impedimentos relacionados com o mundo do trabalho. Essas conquistas permitiram que as mulheres se integrassem ao mercado de trabalho, garantindo mais autonomia e liberdade em suas vidas.
Como colocá-lo em prática
Quando o feminismo é praticado em organizações, ele é muito mais do que “seguir uma cartilha”. Trata-se de garantir que as mulheres tenham espaço para aprender, desenvolver novas habilidades, compartilhar seus conhecimentos e assumir posições de liderança.
Algumas ações simples ajudam a tornar a participação das mulheres em organizações uma realidade, especialmente no setor de gestão de pessoas. Alguns exemplos:
- Aumentar a oferta de empregos voltados para as mulheres no RH;
- Igualdade de pagamento para todos os gêneros;
- Abrindo um espaço para as mulheres em RH participarem da tomada de decisões estratégicas para a empresa, tais como o uso da Análise de Pessoas na organização;
- Garantir todos os direitos trabalhistas, especialmente aqueles exclusivos das mulheres, tais como os benefícios de maternidade;
- Mais oportunidades para a presença de mulheres em empresas, ocupando posições gerenciais, participando do conselho de administração, entre outras posições estratégicas.
Como apoiar o feminismo no setor empresarial
O apoio ao feminismo nas organizações começa a partir do momento em que as mulheres se tornam protagonistas em suas carreiras, já que seus direitos e necessidades são aceitos no ambiente de trabalho. O ambiente organizacional deve ser favorável ao seu desenvolvimento e permitir o seu crescimento profissional através de um sólido plano de carreira.
Uma proposta interessante é a adoção de boas práticas de endomarketing que valorizem o trabalho das mulheres na organização. Idealmente, as atividades devem ser planejadas com bastante antecedência para que haja um orçamento para a compra dos materiais necessários.
Campanhas educacionais que abrem espaços para o debate sobre o papel da mulher na sociedade, seus direitos e deveres, também são uma boa opção. Ainda é comum encontrar profissionais com ideias ultrapassadas devido à falta de conhecimento sobre questões tão relevantes.
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