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Presidente criticou brigadas entre aliados e chamou atenção para evitar retorno de direito ao poder
ou presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reivindicou nesta 5ª feira (29 de junho de 2023) a unidade entre os partidos de esquerda da América Latina e reivindica disputas dentro dos movimentos aliados. No discurso de abertura da 26ª reunião do Foro de São Paulo, o chef-executivo disse que não se sentiria ofendido quando convocado por adversários comunistas.
“Muitas vezes nós, a esquerda latino-americana, nos destruímos porque usamos nossos adversários, os meios de comunicação para falar mal de nós, para tentar nos destruir, para mostrar nossos defeitos, porque as virtudes nunca são mostradas”.
Durante sua palestra, Lula disse que os movimentos aliados não podem se criticar porque essa estratégia é apenas “interesses de extrema direita”.
“Não temos tempo para brigar por coisas menores. Quem faz críticas ao companheiro Tabaré ou Pepe Mujica sabe o quanto precisamos torná-los incapazes de permitir que as pessoas possam fazer críticas. É muito melhor ter um companheiro de pessoas cometendo alguns erros para que as pessoas possam criticar do que ter alguém com uma linha reta que não permite que as pessoas tenham espaço para criticar”disse em referência aos ex-presidentes do Uruguai, Tabaré Vasquez e Pepe Mujica.
Lula disse que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), classificado por ele como de extrema direita, ficou a légua da esquerda. “Não o Brasil, aprendemos. Foi bom para todos nós. Ou crescemos juízo, nos organizamos, trabalhamos para resolver os problemas da sociedade brasileira, ou a extrema direita está aí, contando mentiras, usando fake news, violando qualquer parâmetro de dignidade para voltar ao poder”ele disse.
Lula também afirmou que a esquerda no mundo inteiro perde a fala, como por exemplo em questões como costumes e imigração. “Precisamos tentar discutir nossos erros para corrigi-los”eu afirmei.
O presidente disse que ainda não se sente ofendido quando é chamado de comunista pelos adversários, mas se sentiria mais se fosse chamado de nazista ou neofascista.
“Você sabe de quantos fomos acusados, de quantos ataques pejorativos são cometidos contra a esquerda na América Latina. Para a extrema direita ele nos trata como se fôssemos terroristas. Eles nos acusam de comunistas porque ficamos ofendidos com isso. Seríamos acusados de nazistas, neofascistas. Ser chamado de comunista, socialista não nos ofende”ele disse.
Antes do evento, Lula recebeu em seu gabinete no Palácio do Planalto a secretária-executiva do Foro de São Paulo, Monica Valente. Ela também é esposa de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT. Ele foi preso em 2018, acusado de corrupção. Progresso, em 2019, para o regime semiaberto, com tornozeleira eletrônica. Em 2021, a Justiça reconheceu a prescrição e extinguiu a ação da Operação Lava Jato contra Delúbio.
Mônica também esteve com Lula em outras duas ocasiões neste ano. Em fevereiro, também fui recebido para uma reunião no Planalto para discutir os governos de esquerda na América Latina.
Em janeiro, ela também era presidente da Argentina quando Lula participou da reunião de lideranças da CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
fórum de são paulo
O grupo formado por partidos e movimentos sociais da esquerda latino-americana se reúne desta 5ª feira (29 de junho de 2023) a domingo (2 de julho de 2023) após 3 anos sem reuniões, devido à pandemia de covid-19.
A 26ª reunião do movimento formado por partidos de esquerda e movimentos sociais foi realizada em Brasília para viabilizar a participação de Lula. Tema como tema: “Integração regional para promover a soberania latino-americana e caribenha”.
O grupo de partidos vai discutir a integração entre os países latino-americanos, a situação política brasileira, redes sociais e fake news, anti-imperialismo, entre outros. leia para todo da programação do evento (188 KB).
Nesta edição do encontro, será feita uma homenagem a Marco Aurélio Garcia, dois fundadores do Fórum e do PT. Garcia ocupou o cargo de assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais nos governos Lula e Dilma Rousseff. Morreu em 2017, 76 anos, vítima de infarto.
Durante a abertura do evento, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que Lula e o Papa Francisco também serão homenageados este ano.
Desde o anúncio da presença de Lula no evento, lideranças de direita e bolsonaristas intensificaram as críticas ao Foro de São Paulo. A reunião do fórum em Brasília também levantou questões sobre a aproximação com países como a Venezuela, de Nicolás Maduro, e a Nicarágua, de Daniel Ortega.
Na 3ª feira (27 de junho de 2023), foi inscrita a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), juntamente com o deputado Coronel Meira (PL-PE), com denúncia do MPF (Ministério Público Federal) e do MPE (Ministério Eleitoral Público) contra a 27ª reunião do Foro de São Paulo. O parlamentar disse que entre as lideranças há pessoas que defendem “ditadura comunista” e unificação da América Latina.
“É impossível para o nosso país aceitar representantes que violam os direitos humanos e são investigados pela ONU. […] Tomamos medidas para tentar eliminar essa aberração em nosso país”, twittou na época.
O Fórum de São Paulo foi fundado em 1990 por Lula e pelo ex-presidente de Cuba Fidel Castro no contexto do toque de recolher do Muro de Berlim e da reorganização geopolítica mundial no início do enfraquecimento do comunismo na Europa.
O objetivo do grupo é traçar caminhos para a esquerda na América Latina e no Caribe. Mantenha o discurso contra o neoliberalismo e os efeitos do capitalismo.
O 1º encontro que se originou do fórum foi realizado na cidade de São Paulo e reuniu 48 partidos e organizações da região. Na época, foi divulgado a Declaração de São Paulo.
Atualmente, o fórum é formado por 124 partidos e movimentos sociais dos seguintes países:
- Argentina;
- Aruba;
- Barbados;
- Belize;
- Bolívia;
- Brasil;
- Pimenta;
- Colômbia;
- Costa Rica;
- Cuba;
- Curaçao;
- Equador;
- O salvador;
- Guatemala;
- Haiti;
- Honduras;
- Martinica;
- México;
- Nicarágua;
- Panamá;
- Paraguai;
- Peru;
- Porto Rico;
- República Dominicana;
- Santa Lúcia;
- Trinidad e Tobago;
- Uruguai; e
- Venezuela.
No Brasil, integram o foro PT, PDT, PC do B, PCB e Cidadania.
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