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Presidente citou enchentes no RS e pediu que países da cúpula ajudem a impulsionar esforço por uso de energias renováveis e indústria verde
Em seu 1º discurso na 18ª Cúpula de Chefes de Estado do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) focou na defesa da preservação ambiental com desenvolvimento econômico dos países detentores de florestas tropicais e cobrou apoio financeiro das nações mais ricas. Também anunciou que durante a presidência brasileira do bloco será lançada uma força-tarefa para mobilização global contra a mudança do clima.
“O descompromisso com o meio ambiente nos leva a uma emergência climática sem precedentes”, disse logo no início de sua fala. Ao elencar as consequências da crise ambiental, Lula citou as enchentes que atingiram mais de 80 cidades no Rio Grande do Sul na última semana. Leia a íntegra do discurso de Lula (PDF – 85 kB).
“O aquecimento global modifica o regime de chuvas e eleva o nível dos mares. As secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética. Agora mesmo no Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul foi atingido por um ciclone que deixou milhares de desabrigados e dezenas de vítimas fatais. Se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis”, disse. O presidente foi criticado por não visitar a região antes de embarcar para Nova Délhi, capital da Índia, onde o evento é realizado.
Lula voltou a cobrar a promessa feita por países ricos na COP15, realizada em Copenhague em 2009, de que financiariam US$ 100 bilhões por ano em ações climáticas para os países em desenvolvimento.
“Essa promessa nunca foi cumprida. De nada adiantará o mundo rico chegar às COPs do futuro vangloriando-se das suas reduções nas emissões de carbono se as responsabilidades continuarem sendo transferidas para o Sul Global”, disse.
O presidente brasileiro disse ainda que não faltam recursos a estas nações e citou como exemplo o gasto de mais de US$ 2,24 trilhões em 2022 com o comércio de armas no mundo. “Essa montanha de dinheiro poderia estar sendo canalizada para o desenvolvimento sustentável e a ação climática”, afirmou.
Lula disse que o impacto da crise ambiental no mundo atinge mais as pessoas pobres, mulheres, indígenas, crianças, jovens e migrantes e que a dívida dos países mais desenvolvidos sobre essa questão foi “acumulada ao longo de 2 séculos”.
O chefe de Estado brasileiro pediu ajuda aos demais integrantes do G20 em seu discurso para impulsionar o amplo uso de energias renováveis e de biocombustíveis e para o desenvolvimento da indústria verde e da agricultura de baixo carbono. Tudo isso aliado com a geração de emprego e renda, inclusive para comunidades locais e tradicionais.
“Esperamos contar com o engajamento de todos. Para que a beleza da Terra não seja apenas uma fotografia vista do espaço”, disse. No início de seu discurso, Lula mencionou a missão espacial indiana Chandrayaan-3, que pousou em 23 de agosto no polo sul da Lua.
Ao fazer as cobranças, Lula disse que o Brasil está fazendo a sua parte. Citou a redução de desmatamento até agosto em 48% na Amazônia em relação ao mesmo período do ano passado, a realização da Cúpula da Amazônia, realizada em Belém (PA), e o lançamento de uma agenda de colaboração entre os países detentores de parte da floresta.
Disse também querer realizar a COP30, em 2025, no Brasil, com “uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas”.
O discurso ambiental com a cobrança aos países desenvolvidos é o principal dentre 3 tópicos que Lula pretende abordar durante o G20:
- inclusão social e combate à fome, à pobreza e à desigualdade;
- promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental, com a transição para uma matriz energética mais limpa;
- promoção de efetiva reforma das instituições de governança global, que reflita a geopolítica do presente, especialmente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Os temas apresentados pelo presidente brasileiro nortearão as discussões do grupo no próximo ano. Isso porque o G20 não tem um secretariado permanente, ou seja, cabe a cada país que estiver na presidência definir as prioridades. O Brasil assumirá a presidência do bloco a partir de 1º de dezembro e terá o mandato por 1 ano.
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