Pesquisa concluiu que o país tem condições de atender a indústria nacional, mas é deficiente em infraestrutura
A CCGMNP (Coalizão pela Competitividade do Gás Natural Matéria-Prima) anunciou nesta 2ª feira (24 de julho de 2023) um feito pelo estudo iepuc (Instituto de Energia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), que concluiu que o Brasil possui reservas de gás natural suficientes para atender às necessidades da indústria química e de fertilizantes nacional. Você está em todo estudar (922 KB)
Enquanto isso, o relatório afirma que para alcançar essa soberania o país ainda precisa fazer investimentos robustos na infraestrutura de transporte e distribuição de gás e também não melhorar dois processos de refino nas UPGNs (Unidades de Processamento de Gás Natural).
Segundo o estudo, 63% da produção bruta de gás natural não chega ao mercado devido à queima, reinjeção e consumo nas plataformas. Além de ser uma escolha estratégica para aumentar a extração de petróleo, na prática é uma saída para a falta de gasodutos e a incapacidade de algumas plataformas de realizar um tratamento para separar as moléculas de CO2 do gás natural.
Hoje, quase a metade do gás do pré-sal é reinjetada porque não há gás dutoviário que possa trazê-lo até a costa brasileira. segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em 2022 serão cerca de 25 bilhões de m³ (metros cúbicos) reinjetados.
Em sua pesquisa, o Iepuc avaliou a oferta de gás terrestre e offshore do Brasil que será disponibilizada para o sistema integrado de transporte de gás até 2032. Antes disso, a entidade analisou 2 possíveis cenários a partir do início das operações do Rota 3, gasoduto que iniciará suas atividades em 2024 para estudar a pró-produção de gás nos campos do pré-sal do Polo Gaslub, em Itaboraí (RJ).
O Cenário 1 considerou plataformas com capacidade de separação de CO2 e espaço limitado à capacidade da infraestrutura existente (Rotas 1, 2 e 3). Nesse contexto, o Brasil poderia oferecer de 8 a 17 mil metros cúbicos de gás por dia ao mercado a partir de 2028.
Na etapa 2, que considerou as plataformas com capacidade de separação de CO2 e a base de produção sem a limitação da infraestrutura existente, o volume oferecido à indústria seria de 12 a 25 milhões de metros cúbicos de gás por dia no mesmo período.
Em entrevista com Power360publicado em 8 de julho, o presidente executivo da abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), André Passos, afirmou que a indústria química precisa de uma oferta de 18 milhões de metros cúbicos de gás natural para colocar em ação um plano de investimentos no setor avaliado em R$ 70 bilhões.
“A indústria tem condições de fazer um investimento baseado na disponibilidade desses gases. No nosso caso, os números ainda não são conhecidos, apenas R$ 70 bilhões estimados em novos investimentos em nosso setor”disse Passos.
A oferta de gás nos volumes apontados pelo estudo também reduziria a dependência do país da importação de fertilizantes. Atualmente, 42% dos dois produtos químicos para essa indústria são importados.
Os resultados do estudo foram apresentados ao Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, não mais passado. A entrega da pesquisa tem o objetivo de estimular o debate público sobre o aumento da demanda pelo produto no mercado interno brasileiro e auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas como o Gás para Empregar.
O estudo terá ainda uma 2ª parte para uma análise mais aprofundada das infraestruturas necessárias para promover a autossuficiência do país. Essa fase também discutirá estratégias para o desenvolvimento do mercado de gás e deve ficar pronta em agosto.
para o presidente da Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial), Joaquim Maia, ou Gás para Empregar é o 1º passo para a neoindustrialização do país e o estudo do Iepuc será uma importante contribuição para a concretização do projeto.
“Este programa representa uma grande oportunidade para o desenvolvimento e reindustrialização do país, buscando caminhos que viabilizem o aumento da oferta de gás natural no mercado interno, a preços competitivos”, eu afirmei.
A Abemi atua como líder da coligação de entidades representativas da indústria nacional que defendem o aumento da oferta de gás natural ao mercado.
Entidades que compõem o CCGMNP:
- Abemi;
- abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química);
- Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base);
- abegas (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado);
- Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos);
- TGBC (Transportadora de Gás Brasil Central S/A);
- CNT (Confederação Nacional do Transporte);
- febre (Federação das Indústrias do Estado da Bahia);
- fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais);
- consertar (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro);
- abiplast (Associação Brasileira das Indústrias do Plástico);
- Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais;
- Secretário de Energia e Economia do Mar;
- Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico da Ciência e Tecnologia de Sergipe.